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segunda-feira, 4 de maio de 2009


Rá (ou Re), o todo poderoso e invencível deus-sol, começou sua vida nas águas primordiais. Viveu por muito tempo no centro de um botão de lótus, e mantinha os olhos bem fechados para não perder o brilho. Mas, um dia, elevou-se em toda a sua glória e tornou-se o deus Re.
Primeiro, ele criou os humanos – alguns dizem que de suas lágrimas – e então ordenou a inundação anual do Nilo, que determinava as estações e trazia a fertilidade ás suas margens. Circundou-se a si próprio e, do sangue derramado, criou Sia e Hu, personificações da inteligência e da autoridade. Depois disso, reinou pacificamente pelo resto de sua juventude.
O principal centro de seu culto era Heliópolis, que em grego significa “cidade do sol”. Assumindo o aspecto de Atum, o deus criador, Re criou Shu, o ar, e Tefnut, a umidade, aos quais gerou independentemente e os fez nascer cuspindo-os da boca. Os filhos da irmã e do irmão eram a deusa do firmamento, Nut, e o deus da terra, Geb. As uniões incestuosas continuaram a ocorrer entre as divindades até que nove deuses principais, conhecidos como os Grandes Enéades de Heliópolis, reinaram sobre o Egito Antigo.
Re tinha um nome secreto, que só ele conhecia – até que a Deusa Isis conseguiu descobri-lo por meio de truques. Esse nome tinha o poder de dar ou tirar a vida, quando pronunciado em voz alta. Todas as manhãs, Re se banhava antes de iniciar sua tarefa diária de atravessar o oceano do céu desde Manu, a montanha onde nascia, até chegar ao horizonte do poente. No caminho, ele passava por doze províncias do seu reino e ficava uma hora em cada uma. Então, desaparecia no mundo inferior. Para evitar que o mundo ficasse no escuro, ele criou a Lua.
A viagem de Re através da terra dos mortos era menos pacifica. Lá a serpente do Caos, Apófis reinava soberana. O demônio senhor das trevas odiava o deus-sol e todas as noites o atacava ferozmente enquanto ele atravessava o fundo dos oceanos para voltar ao oriente. Mas, embora Apófis tivesse obtido algumas vitórias recentes – uma vez engolira o barco do deus-sol durante um eclipse, cuspindo-o depois -, sempre era derrotada.
Rei dos deuses, Re era o deus dos reis. Os próprios reis se diziam seus descendentes e eram considerados reencarnações de Re: as pirâmides que formavam eram dedicadas ao sol. Os faraós incluíam Re aos seus nomes – uma garantia de sua autoridade divina – e, seguindo o exemplo de seus ancestrais divinos, praticavam o incesto dentro da família real.
Esse deus era representado como um homem coroado com o disco solar, ou com a cabeça de um falcão coroada com o uraeus, a cobra de ouro sagrada que cuspia chamas para destruir os inimigos de Re. Os obeliscos, os primeiros a receber sua luz ao amanhecer, eram símbolos de seu culto.
O deus-sol finalmente tornou-se velho e senil e, achando os humanos muito problemáticos, deixou a terra para morar no céu.


Retirado do livro: O Livro de Ouro dos Deuses e Deusas.

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