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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Gaia



Gaia, Géia ou Gê era a deusa da Terra, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora quase absurda. Segundo Hesíodo, ela é a segunda divindade primordial, nascendo após Caos.

Tal como Caos, Gaia parece possuir uma natureza forte, pois gera sozinha, Urano, Pontos e as Montanhas. Hesíodo sugere que ela tenha gerado Urano com o desejo de se unir a alguém semelhante a si mesma em natureza. Isso porque Gaia personifica a base onde se sustentam todas as coisas, e Urano é então o abrigo dos deuses "bem-aventurados".

Com Urano, Gaia gerou os 12 Titãs, após, os Ciclopes e os Hecatônquiros (Gigantes de Cem Mãos). Sendo Urano capaz de prever o futuro, temeu o poder de filhos tão grandes e poderosos e os encerrou novamente no útero de Gaia. Ela, que gemia com dores atrozes sem poder parir, chamou seus filhos Titãs e pediu auxílio para libertar os irmãos e se vingar do pai. Somente Cronos aceitou. Gaia então tirou do peito o aço e fez a foice dentada. Colocou-a na mão de Cronos e os escondeu, para que, quando viesse Urano, durante a noite não percebesse sua presença. Ao descer, Urano, para se unir mais uma vez com a esposa, foi surpreendido por Cronos, que atacou-o e castrou-o, separando assim o Céu e a Terra. Cronos lançou os testículos de Urano ao mar, mas algumas gotas caíram sobre a terra, fecundando-a. Do sangue de Urano derramado sobre Gaia, nasceram os Gigantes, as Eríneas e as Melíades.

Após a queda de Urano, Cronos subiu ao trono do mundo e libertou os irmãos. Mas vendo o quanto eram poderosos, também os temia e os aprisionou mais uma vez. Gaia, revoltada com o ato de tirania e intolerância do filho, tramou uma nova vingança.
Quando Cronos se casou com Réia e passou a reger todo o universo, Urano lhe anunciou que um de seus filhos o destronaria. Ele então passou a devorar cada recém nascido por conselhos do pai. Mas Gaia ajudou Réia a salvar o filho que viria a ser Zeus. Réia então, em vez de entregar seu filho para Cronos devorar entregou-lhe uma pedra, e escondeu seu filho em uma caverna.

Já adulto, Zeus declarou guerra ao pai e aos demais Titãs com a ajuda de Gaia. E durante cem anos nenhum dos lados chegava ao triunfo. Gaia então foi até Zeus e prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se descesse ao Tártaro e libertasse os três Ciclopes e os três Hecatônquiros.

Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos, com a ajuda dos filhos libertos da Terra e se tornou o novo soberano do Universo. Todavia, Zeus realizou um acordo com os Hecatônquiros para que estes vigiassem os Titãs no fundo do Tártaro. Gaia pela terceira vez se revoltou e lançou mão de todas as suas armas para destronar Zeus.
Num primeiro momento, ela pariu os incontáveis Andróginos, seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por meio da coluna terminado em duas cabeças, além de possuir os orgãos genitais femininos e masculinos. Os Andróginos surgiam do chão em todos os quadrantes e escalavam o Olimpo com a inteção de destruir Zeus, mas, por conselhos de Têmis, ele e os demais deuses deveriam acertar os Andróginos na coluna, de modo a dividi-los exatamente ao meio. Assim feito, Zeus venceu.

Em uma outra oportunidade, Gaia produziu uma planta que ao ser comida poderia dar imortalidade aos Gigantes; todavia a planta necessitava de luz para crescer. Mas ao saber disto Zeus ordenou que Hélios, Selene, Éos e as Estrelas não subissem ao céu, e escondido nos véus de Nix, ele encontrou a planta e a destruiu. Mesmo assim Gaia incitou os Gigantes a colocarem as montanhas umas sobre as outras na intenção de subir o céu e invadir o Olimpo. Mas Zeus e os outros deuses venceram novamente.
Enfim, Gaia cedeu e acordou com Zeus que jamais voltaria a tramar contra seu governo. Dessa forma, ela foi recebida como uma deusa Olímpica

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Criação - Mitologia Yorubá


Na mitologia iorubá o deus supremo é Olorun, chamado também de Olodumare. Não aceita oferendas, pois tudo o que existe e pode ser ofertado já lhe pertence, na qualidade de criador de tudo o que existe, em todos os nove espaços do Orun.
Olorum criou o mundo, todas as águas e terras e todos os filhos das águas e do seio das terras. Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que Oxalá criasse o homem.
Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois da madeira, mas ambos eram rígidos demais. Criou o homem de pedra - era muito frio. Tentou a água, mas o ser não tomava forma definida. Tentou o fogo, mas a criatura se consumiu no próprio fogo. Fez um ser de ar que depois de pronto retornou ao que era, apenas ar. Tentou, ainda, o azeite e o vinho sem êxito.
Triste pelas suas tentativas infecundas, Oxalá sentou-se à beira do rio, de onde Nanã emergiu indagando-o sobre a sua preocupação. Oxalá fala sobre o seu insucesso. Nanã mergulha e retorna da profundeza do rio e lhe entrega lama. Mergulha novamente e lhe traz mais lama. Oxalá, então, cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de mover os olhos, os braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida.

Fonte: Wikipédia

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mitologia Hindu


No início, tudo era repouso e equilíbrio, só Brahman existia.

Houve então a primeira vibração, Om, o Som Primordial e a partir dele
todo o universo foi criado.

A partir daí surge a trindade hindu, formada por Brahma, Vishnu e
Shiva, que correspondem às 3 Gunas, ou as características, atributos ou
qualidades de toda a criação.

As 3 Gunas são: Rajas, o movimento e o dinamismo; Tamas, a inércia e a
estagnação; Sattva, o equilíbrio e a harmonia.

Brahma representa Rajas, o movimento, responsável pela criação.
Vishnu representa Sattva, o poder de existência, preservação e proteção.
Shiva representa Tamas, o poder de dissolução do universo.


Acervo Pessoal

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domingo, 12 de abril de 2009

A Criação do Mundo - Mitologia Egípcia


Antes que existisse o ar, a terra ou mesmo o céu, havia somente água, turbulenta e borbulhante, da qual surgiu Rá, o primeiro deus. Rá transformou-se em um novo elemento no cosmo: o sol. Mas a carência de outra vida logo lhe pesou e, em comunhão com a sua própria sombra, gerou uma filha, Tefnut. Ela também era um novo elemento: a umidade.

E Shu, o outro filho de Rá, tornou-se o ar. Por sua vez, eles também tiveram seus próprios descendentes, Geb e Nut (a terra e o céu). Logo foi estabelecida toda uma ordem cósmica. Contudo, essa ordem veio acompanhada de desafios não previstos.

Assim, Rá viu-se forçado a travar batalhas diárias com a serpente Apep pelo controle da atmosfera. Contando com a ajuda da esposa e filha Bast (deusa dos gatos e da fertilidade), Rá lograva êxito na maioria das vezes. Mas nos dias em que Apep vencia, havia sempre tempestades e mau tempo.

Esse era tão somente o começo daquilo que Rá teria de enfrentar. Em certa ocasião, as frustrações de dominar uma população humana que se dava a queixas e rebeliões levaram Rá, em um acesso de ira, a arrancar um dos seus olhos e atirá-lo à terra. O olho transformou na deusa da vingança, chamada Sekhmet, uma força tão destrutiva contra a humanidade que Rá, cheio de remorso, teve de chamá-la de volta usando um estratagema. Rá ordenou aos seus vassalos que produzissem milhares de barris de cerveja. A cerveja seria misturada com suco de romã para parecer sangue das vítimas humanas de Sekhmet, sendo usada para inundar o campo ao redor de sua morada terrena. O intento teve êxito. Quando Sekhmet emergiu novamente para terminar de dizimar a humanidade, ela viu seu reflexo no lago vermelho repulsivo, enamorou-se dele e bebeu a mistura, caindo no sono, permanecendo inofensiva. O resultado foi tão bom que posteriormente ela desposou Ptah, o deus absoluto da criação. E mais tarde, ironicamente, ela se transformou em Hator, deusa do amor e da celebração.

A responsabilidade por todo o cosmo começava a minar a vitalidade de Rá. Como envelhecia, Rá buscou um substituto para suas obrigações de zelar pela terra. O substituto viria a ser seu neto, Osíris.

Osíris, assim como Ísis, Set e Neftis, veio ao mundo em decorrência da união de Geb e Nut. Contudo, quando Rá passou o domínio do mundo às mãos de Osíris, ocorreu a primeira rivalidade entre irmãos na história do cosmo. E que rivalidade!

Osíris havia sido um ditador benevolente — sob seu comando os egípcios tornaram-se um povo civilizado. Mas seu irmão Set (o deus do caos e das tempestades) estava enciumado pelo presente concedido a Osíris e o matou. Ele construiu um baú primoroso, ofereceu uma festa e disse aos seus filhos que aquele que coubesse no baú poderia tê-lo para si. Mas ele havia construído o belo baú tendo em mente apenas Osíris. Quando Osíris entrou no baú, Set o selou e seus comparsas o deitaram no Nilo, na esperança de que nunca mais tornariam a vê-lo.

Assim, Osíris fora o primeiro deus da história a morrer e tornou-se o primeiro deus do mundo inferior. Quando Neftis contou à sua irmã Ísis sobre o assassínio, Ísis mergulhou em profunda tristeza, pois Osíris era não só seu marido como também seu irmão. Ela encontrou o corpo e conseguiu ressuscitar Osíris e juntos tiveram um filho chamado Hórus. Mas Set não tardou em descobrir isso e, colérico, retalhou Osíris em 14 pedaços, espalhando as partes pelo Egito de modo que nem Ísis poderia juntá-los. Anúbis, o inventor do embalsamamento e filho de Osíris, realizou o funeral na grande pirâmide.

Set passara a ser então o senhor do mundo e em virtude de sua inclinação ao caos e à violência, parecia que todas as boas obras de Osíris seriam desfeitas em breve. Comentava-se até mesmo que Set tramava usurpar o lugar de seu pai Rá.

Em conseqüência disso, Rá e Hórus convocaram um grande exército para tomar o poderio de Set. Eles convocaram Tot, deus da sabedoria e da verdade, que transformou Hórus em um disco solar com um calor tão intenso que confundiu as tropas de Set, que se destruíram mutuamente. Mas o próprio Set não podia ser encontrado em lugar nenhum. Ele escondera-se a uma grande distância, onde estaria livre para criar outra força para derrotar Rá e Hórus.

Mas não chegara a realizar seu intento. E, com a posterior derrota, Hórus retalhou Set do mesmo modo como havia sido feito com seu pai. Assim, Hórus passou a comandar o mundo e abriu o precedente para os faraós que o sucederam.

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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Os Modeladores de Avalon


Em Tir-na-Moe, a Terra do Coração Vivo, Brigit cantava. Angus o Eternamente-Jovem, Midyir do Cabelo-Vermelho, Ogma
também chamado de Esplendor do Sol, o Dagda e os demais senhores do povo de Dana chegaram mais próximos para
ouvir a canção de Brigit:

É chegada a hora predita, uma dádiva divina se faz presente
Uma visão extasiante.
Seria uma a luz de uma nova estrela nascendo,
Uma flor para fora da noite?
Um jorro da Fonte da Beleza lançando
Espuma de alegria?
Seria o glorioso bater de asas de um pássaro imortal
Fazendo-o voar alto no céu?

Seria uma grande e espumante onda, melodiosa e triunfante
Se desfazendo em luz?
É uma estrela, de coração leve e feliz, um esplendor
Nascendo da noite.
É chama da morada dos Deuses, e o amor que antecede a ela,
Um deleite de tirar o fôlego.

Deixe a onda quebrar, deixe a estrela nascer, deixe a chama
Queimar.
Nossa, se nossos corações tiverem sabedoria,
De pega-las e mante-las

Brigit parou de cantar, e por algum tempo o silêncio dominou Tir-na-Moe. Até que Angus tomou a palavra:
"Estranha é a letra de sua canção, e estranha é a musica; ela empurra-me precipício abaixo, no ar, e eu continuo caindo,
caindo, caindo sempre. Tir-na-Moe é como um sonho só meio-lembrado. Eu sinto o suspiro destas estranhas palavras
em minha face, e a musica parecia ecoar cada vez mais alto, mas não era você que cantava. Quem estava cantando?"
"A Terra estava cantando-a."
"A Terra!" disse o Dagda. "Não é a Terra nos abismos do caos? Quem que já olhou para aqueles abismos ou ficou
escutando onde não há silêncio ou som?"
"Ó Senhor das Estrelas, eu tenho estado a ouvir. Eu tenho vibrado de ansiedade e medo ante a escuridão que envolve a
Terra.
Tenho escutado o chiar das águas negras e visto os monstros que devoram uns aos outros - Tenho observado o
crescimento da agonia nas profundezas do submundo."
A luz que pulsava dos Senhores dos De Danaan empalideceu quando eles tomaram consciência daquele abismo, e em
uníssono eles pediram: "Não conte-nos mais sobre a Terra, Ó Chama das Duas Eternidades, e deixe que sua lembrança
fuja de ti como o sonho foge à memória."



"Ó Galhos Prateados que nenhum Sofrimento Chacoalha," disse Brigit, "ouçam uma vez mais! A Terra protesta a noite
toda pois ela tem sonhado com a beleza."
"Que sonho, Ó Brigit?"
"A Terra tem sonhado com a alva paz da alvorada; com as estrelas que se vão antes do nascente; e com uma melodia
como a de minha musica."
"Ó Estrela da Manhã," disse Angus, "eu nunca havia ouvido esta música, e agora não consigo chacoalhar as imagens da
Terra para fora de meus pensamentos!"
"Por que iria você chacoalhar seus pensamentos, Angus o Compadecido? Você que tem se envolvido nas múltiplas
cores do Sol; não está ansioso por olhar as trevas e ouvir o troar das ondas abismais; não está feliz por poder levar
alegria ao Abismo?"
Angus não respondeu, mas estendeu sua mão e juntou um punhado de flores de um galho, então chacoalhou as flores
espalhando-as pelo ar, fazendo-as tornarem-se um lindo pássaro branco, que voou em volta dele cantando.

Midyir o Confiante levantou e, chacoalhando as brilhantes tranças de seu cabelo fez com que o brilho radiante o
envolvesse como se usasse uma Capa de Ouro.
"Eu estou ansioso para ver a escuridão," disse ele. "Ansioso por ouvir o troar do Abismo."

"Então venha comigo," respondeu Brigit, "Eu irei, e envolverei a Terra com meu manto, pois ela está sonhando com a
beleza."
"Eu limparei um local para seu manto," disse Mydyir. "Lançarei fogo entre os monstros."
"Eu também irei contigo," disse o Dagda, que também era conhecido como Harpista Verde.
"E eu," disse o Esplendor do Sol, cujo outro nome é Ogma, o Sábio.
"E eu," disse Nuada o Curador da Luz Alva.
"E eu,"disse Gobniu o Ferreiro dos Sonhos, "nós iremos reconstruir a Terra!"

"Boa sorte nesta aventurosa empreitada!" disse Angus. "Eu iria eu se tivéssemos a Espada da Luz você."
"Nós levaremos a Espada da Luz," respondeu Brigit, "e o Caldeirão da Fartura. A Lança da Vitória e a Pedra do Destino,
todas irão conosco, pois iremos gerar poder, sabedoria, beleza e consciência na Terra."
"Muito bem dito," clamaram todos os senhores De Danaan. "Nós levaremos as Quatro Jóias."



Ogma trouxe a Espada da Luz de Findrias, a gloriosa cidade das nuvens que ficava a leste da morada dos De Danaan;
Nuada trouxe a Lança da vitória de Gorias, a cidade do fogo brilhante à sul da morada De Danaan; o Dagda trouxe o
Caldeirão da Fartura de Murias, a cidade construída à oeste da morada dos De Danaan, a qual possui a quietude das
águas profundas; e Midyir trouxe a Pedra do Destino, de Falias, a cidade à norte da morada dos De Danaan e que
possui a resistência do diamante. E Brigit e seus companheiros seguiram viagem.

Eles caíram como uma chuva de estrelas até que chegaram à escuridão que envolvia a Terra. E olhando abaixo deles,
como que no final do Abismo, viram a vida agônica, contorcida e repulsiva que, sem objetivo, enxameava
incessantemente devorando a si mesma.

Diante daquela violenta agitação do abismo, todos os Brilhantes De Danaan se colocaram atrás de Midyir, que agarrou
firmemente à Lança Ardente e desceu como uma chama. Olhando para baixo, seus camaradas viram-no esmagando os
monstros como se esmagasse uvas para fazer vinho; eles viram o sangue e os restos daquela destruição encobrirem
Midyir até que ele ficou rubro dos pés à ponta da coroa em sua cabeça; eles o viram rodar a Lança tão rápido que ela se
tornou uma roda de fogo, soltando fagulhas e línguas de fogo; viram a chama engolfar a escuridão que ia e voltava em
ondas, espalhando-se como uma flor que se abre, tingindo a escuridão, primeiro de vermelho sangue, então vermelho, e
finalmente vermelho claro!

Midyir saiu do abismo, um Esplendido Rubi, e disse:
"Eu limpei um local para o manto. Lance-o, Brigit, e abençoe a Terra!"
E Brigit lançou o manto que, ao tocar a Terra, espalhou-se se desenrolando como uma chama prateada, tomando conta
do local que Midyir tinha limpado como o mar toma conta da praia na maré alta, e continuou a crescer e se espalhar,
pois toda impureza fugia da chama alva que brilhava na borda do manto de Brigit.



Parecia que ele iria espalhar-se por toda Terra, e somente Angus, o mais novo dos Deuses, não teve paciência para
esperar, saltando para Terra e firmando seus dos pés sobre o manto. A chama do manto apagou, tornando-se uma
névoa prateada em volta do jovem Angus.
E Ele correu por entre a névoa, rindo e chamando os outros Deuses à fazer o mesmo. Sua cativante risada terminou por
convencê-los e todos desceram à Terra.
Fazendo a neblina esvoaçante cobrir-lhes, fechando-se totalmente sobre eles, fazendo-os ver um ao outro como imagens
num sonho, estranho e fantástico. E eles riram quando se viram daquela maneira.

Mas o Dagda, que ainda tinha as mãos no Caldeirão da Fartura.
"Ó Caldeirão," disse ele, "você que da a todos o presente que merecem, dê-me agora um bom presente para Terra."
E tirou então as mãos do caldeirão e elas estavam cheias de um fogo verde e primaveril, o qual ele espalhou por todo
lugar, como um fazendeiro faria com sementes.
Angus parou e levantou esta verdejância primaveril da Terra; e nela cavou buracos; empilhou em montes; brincando com
ela como uma criança faria com areia.
E a medida que passava por seus dedos ela mudava de cor, brilhando como se fosse poeira de estrelas, azul, púrpura,
amarelo, branco e vermelho.

Agora, enquanto o Dagda espalhava o fogo esmeralda e Angus brincava com ele, Mananaun se preocupava com a
essência de vida monstruosa que eles haviam exilado e que observava por sobre as bordas do manto de Brigit.
Ele notou os olhos cinza-ferro daquelas criaturas estranhas espionando na escuridão e então tirou a Espada da luz de
sua bainha e avançou sua lamina brilhante do caos. As estranhas criaturas fugiram, sibilando num jato de espuma, mas o
mar se levantou para louvar a Espada numa grande onda que, com o som de um trovão, jorrava espuma por todo lado.
Mananaun girou a Espada uma segunda vez, e o mar levantou-se novamente numa onda verde como uma crisólita,
murmurando docemente, com a borda de uma espuma cor de ametista, púrpura, azul e branca.
Uma terceira vez Mananaun girou a Espada, e o mar novamente levantou-se para saudá-lo, numa onda branca como
cristal, indestrutível, continua, e silenciosa como a alvorada.

A onda então voltou ao mar, e Brigit levantou seu manto como uma névoa prateada. E os De Danaans voltaram a ver
tudo claramente. Eles viram que estavam numa ilha coberta com grama verde e cheia de montanhas, depressões e
caminhos tortuosos. Eles viram também que grama era cheia de flores, azuis, púrpuras, amarelas e brancas.
"Deixe-nos ficar aqui," Disseram os Deuses, "e criar beleza para que a Terra possa ficar feliz."
Brigit pegou a Pedra do Destino: ela brilhou branca como um cristal em suas mãos. "Eu deitarei a Pedra sobre este
local," disse ela, "no qual nós ergueremos um império."
E Ela colocou a Pedra na grama verde, que logo afundou-se na Terra. Uma musica ergueu-se a medida em que a
Pedra afundava. E subitamente todas as depressões e caminhos tortuosos foram cobertos com água, doce, viva e
brilhante, criando lagoas, rios e profundos lagos em cuja a água tremia apesar do silêncio.

"É este o riso da Terra!" disse Ogma, o Sábio.
Angus afundou seus dedo na água.
"Eu gostaria de ver os peixes azuis e prateados que nadavam no poço de Connla nadando aqui," disse ele, "e árvores
crescendo nestes lagos como aquelas com galhos cheios de flores que cresciam na Terra do Manto Prateado."
"Este é um nobre desejo, Angus, o Jovem," disse Ogma."mas os peixes de Connla são brilhantes demais para estas
águas, e as flores que crescem nos galhos prateados iriam secar e fenecer aqui. Nós devemos esperar e aprender os
segredos da Terra, e como o tempo criar árvores, escuras e diferentes, assim como peixes diferentes dos que tínhamos
nos poço de Connla."



"Sim," disse Nuada, "Nós criaremos outras árvores, e sob seus galhos correrão cães de caça diferentes dos cães de
Failinis e gamos que não possuem galhadas de ouro. Seremos nós mesmos os ferreiros e artífices do mundo, e
trabalharemos batendo a estranha vida que aqui existe em outras formas. Nós mesmos faremos ilhas ao norte daqui e
ilhas a oeste, e em volta delas poderão ficar as três ondas de Mananaun, pois nós criaremos e recriaremos todas as
coisas até que nada que não seja bonito reste em toda Terra."
"É um trabalho digno," clamaram todos os De Danaans, "nós ficaremos e criaremos, mas Brigit deve ir a Moy Mell e Tir-na-
Moe e Tir-nan-Oge e Tir-fo-Tonn, e a todos os Outros Mundos, pois é ela a Chama que Aviva de cada um deles."
"Sim, eu devo ir-me," disse Brigit.
"Ó Brigit!" disse Ogma, "antes de ir, de um nó de lembrança na borda franjada de seu manto para que sempre se lembre
deste lugar. E diga-nos, também, por qual nome devemos chamá-lo."
"Devemos chamá-lo a Ilha Branca," disse Brigit, "e seu outro nome deve ser Ilha do Destino; e seu outro nome deve
ser Avaloch." Então Ogma fez pequeno nó de lembrança na borda do manto de Brigit.

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Völuspá - O Princípio


O Frio e o Calor são o princípio de tudo. O frio era Nilfheim, um mundo de escuridão, frio e nevoa. O caso oposto é o cálido, o calor chamado Muspell, o mundo do eterno calor.
Ginnungagup existia entre entre estes dois mundos, ou seja, aqui havia um grande vazio que ele preenchia. Em Ginnungagup surgiu a vida ao encontrarem-se o céu de Niflheim e o fogo de Muspell.
Entre o frio e o calor, dessa união, nasceram primeiro o ogro Ymir ou Aurgelmir, e mais tarde a vaca gigante Audumbla. Ymir se alimentou do leite de Audumbla, e de seu suor nasceu um casal de gigantes, e de seus pés um filho. Essa foi a origem do embrião deles chamados yotes. Audumbla pode viver lambendo o gelo salgado, mas fazendo isto, ela da forma para outro ser primal, Búre, que gera um filho, Bor. Bor se casa com Bestla, a filha do gigante Bolþorn. Dessa união nasceram três deuses: Odin, Vile e Ve. Mais tarde, os três irmãos mataram Ymir, e de seu corpo criaram a terra, de seu sangue o mar, de seus ossos as montanhas, de seu crânio o céu (com um anão em cada canto, como se estivessem segurando-o), seus cabelos as árvores, de seu cérebro as nuvens. Fagulhas de Muspell formaram as estrelas e os corpos celestiais, e os deuses ordenaram seus movimentos, determinando as divisões do tempo. A terra foi circundada por um vasto oceano.
Esse novo mundo foi chamado de Midgard, uma residência para a humanidade, fortificada por uma cerca feita pelas sobrancelhas de Ymir, e eles deram as terras no litoral para os gigantes se estabelecerem. Criaram no centro de Midgard, para que os homens não se sentissem só, o mundo dos Aesir, Asgard, em cujo centro crescia um grande freixo chamado Yggdrasil. A morte de Yggdrasil podia significar a destruição total do mundo, porque esta era a árvore da vida.
Yggdrasil é habitada por vários animais. Em sua copa vive uma águia que tem um falcão pousado entre os seus olhos. Sob seus galhos, cabritos e veados comem dos seus brotos. A raiz que mergulha em Niflheim é roída pelo dragão Nidhogg. Ao longo desta raiz, o esquilo Ratatosk corre para cima e para baixo, levando insultos do dragão Nidhogg para a águia que vive no topo. A razão dos insultos é porque quando o dragão que vive a roer a raiz começa a prejudicar Yggdrasil, a águia voa até ele e ataca-o Yggdrasill se recupera e o ciclo recomeça.

Fonte:http://www.rosanevolpatto.trd.br/mitonordicos.html

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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mitologia Greco - Romana - O Início


No princípio, conforme as crenças gregas, havia um grande vazio chamado Caos, o ilimitado e indefinido...
Desta imensidão surgiu Gaia (Gaea) ou Titéia (a Terra). Como primeiro corpo sólido, Gaia limitou o espaço indefinido e o separou. Abaixo da Terra, ficaria o Érebo, a morada das sombras. Acima dela, Urano ou Céu, o céu estrelado, nascido da própria Gaia. Sozinha, Gaia também gerou as montanhas, as ninfas e o mar.
A noite já havia surgido no espaço... Assim também surgira Eros ou Cupido - o amor universal (a força geradora do cosmos, a união). Nenhuma força agora poderia fecundar sozinha. Deste modo, sempre que Urano descia à Gaia, ela era fecundada.
Desta união surgiu a primeira população da terra. Ela deu à luz aos Titãs (forças incontroláveis da natureza), aos Cíclopes, monstros de um só olho e os Hecatônquiros, gigantes de cem braços e cinqüenta cabeças.
Os Titãs eram doze: seis homens e seis mulheres. Mas outra versão diz que Urano e Gaia tiveram 6 filhos...
1. Têmis – a justiça
2. Mnemósine – a memória universal
3. Tétis ou Tethys – a alma feminina do mar
4. Réia ou Rhea (Cibele) – mulher de Cronos
5. Phoebe – (de Coeus e Phoebe nasce Leto)
6. Oceano ou Oceanus – alma masculina do mar – (a versão de 6 filhos diz que de Oceanus com Tethys nasce Iapetus)
7. Hipérion – o fogo astral
8. Iápeto ou Iapetus – pai de Atlas – (a versão de 6 filhos diz que Iapetus é pai de Prometeu também)
9. Prometeu – quem deu o fogo dos deuses aos homens
10. Epimeteu ou Epimetheus
11. Cronos ou Saturno – o senhor do tempo
12. Coeus – (de Coeus e Phoebe nasce Leto)
Como Urano não agüentasse a feiúra de seus próprios filhos, decide encerrá-los no centro de Gaia. Cansada de tanta fecundação e irritada por ver seus filhos trancafiados dentro de suas entranhas, Gaia planeja uma vingança contra Urano. Chama os Titãs e lhes pede ajuda para derrubar Urano, mas todos se recusam, exceto Cronos.
Este, parte então para enfrentar seu pai, Urano, que vem novamente à Gaia, Cronos sai de seu esconderijo e trava dura batalha com ele. Com sua foice derrota o pai e lhe arranca os testículos que são arremessados ao mar, do sangue de Urano, nascem as Melíades, ninfas dos carvalhos e as Erínias, vingadoras de crimes semelhantes aos cometidos por Cronos.
Cronos, assim, torna-se o senhor do universo, acima de todos os outros Titãs. Ele se casa com sua irmã, Réia e tem seis filhos. Ao descobrir que um de seus filhos o destruiria, Cronos passa a devorá-los assim que nascem. São eles:
1. Héstia ou Vesta – deusa casta dos lares, a grande mãe e protetora de todas as mulheres casadas.
2. Hades ou Pluto (Plutão) – o senhor dos infernos
3. Possêidon ou Netuno – deus dos mares.
4. Zeus ou Júpiter – deus da luz e do céu.
5. Hera ou Juno – deusa, esposa de Zeus.
6. Deméter ou Ceres – deusa da agricultura e das colheitas ensinou os homens a arte de cultivar a terra.
Réia, descontente com isso, esconde um de seus filhos, Zeus e em seu lugar entrega uma pedra que é rapidamente devorada por Cronos, que não percebe a tramóia.
Zeus então, foge e vai de encontro com os Titãs e outras criaturas para derrotar Cronos. Durante mais de dez anos, Júpiter luta contra Cronos até finalmente derrotá-lo. Após sua vitória, ele consegue recuperar vivos os seus irmãos devorados.
Zeus, agora, governa o mundo, seu reino foi instalado no Monte Olimpo (sinônimo de céu para os gregos). Com Hera, ele teve:
1. Ares, também conhecido como Marte, o deus da guerra (personagem de inúmeras aventuras, foi amante de Afrodite, com quem teve dois filhos: Deimod e Fobos).
2. Hefestos ou Vulcano, deus do fogo, da metalurgia e das fornalhas, artesão dos deuses, era o mais feio mas em contra partida o mais habilidoso, entre seus muitos dons estava a incrível maestria com que forjava metais.
3. Hebe, a qual foi esposa de Héracles (Hércules).
4. Eileithyia
Mas Zeus era insaciável e partiu para outras conquistas amorosas... Com Deméter, teve Perséfone ou Prosérpina, esposa de Hades.
Com Latona ou Leto (deusa) têm dois filhos gêmeos: Apolo ou Febo (Sol) deus das artes, músicas e poesias e Ártemis ou Diana deusa da caça.
Afrodite ou Vênus - nasce das espumas do mar com o esperma de Zeus, deusa do amor e beleza física, é a patrona dos amantes e apaixonados; outra versão diz que Zeus teve Afrodite com a deusa Dione.
De sua cabeça nasceu Atena ou Minerva, a deusa da sabedoria e do bom senso, filha idealizada e predileta de Zeus. Muitas cidades da Grécia antiga se colocaram sob sua proteção, entre elas, Atenas, onde seu culto era perpetuamente honrado.
Com Sêmele (mortal) teve Dioniso ou Baco, deus do vinho e do delírio místico; com Alcmena (mortal) teve Héracles ou Hércules; com Maia (deusa) teve Hermes ou Mercúrio.
Entre estas e várias outras conquistas amorosas, Hera manteve-se sempre ciumenta e por vezes, vingativa. Mas ela sempre continuou fiel ao seu esposo...

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